Na terceira exposição da série Eco)))o promovida pelo Yázigi, Tamara Andrade e Célia Barros, expõem projetos recentes.
Os Inutilitários, de Célia Barros, questionam a noção do fazer e o Projeto Lux, de Tamara Andrade, investiga o movimento das imagens animadas, em especial o caminhar.
Por meio de registros fotográficos de performances feitas com cerâmicas, que a própria artista produziu para este fim, Célia Barros vai à procura do momento mágico em que o homem ao mesmo tempo em que transforma a matéria e as coisas ao seu redor, também transforma a si mesmo.
Caminhar é a forma de deslocamento ancestral do homem e fundamenta suas noções de percurso para dentro e para fora de si. É em torno desta atividade que Tamara Andrade fundamenta desenhos e gravuras seqüenciais, que colaboraram para a finalização da animação Lux.
Conforme os interesses das artistas aproximam-se da Psicologia Evolucionista ou da Antropologia Física, os trabalhos alinham-se com dois fatos importantes da evolução humana, o surgimento do homo habilis e do homo erectus.
Foi nesta relação com o princípio de nossa história evolutiva que ambas encontraram o ponto aglutinador de seus interesses. Da instigante interação entre as capacidades motoras e o posterior desenvolvimento do aparelho psíquico surgiram as questões das obras que serão apresentadas.
Talvez seja pertinente a discussão do tema tendo em vista a atual situação do planeta, porque certas respostas podem vir de um tempo ancestral. Afinal, a questão apresentada pelas artistas ronda a relação do homem com a sua própria natureza e com a do meio ambiente que o cerca.
Para que os dois trabalhos mantenham suas poéticas particulares e ao mesmo tempo permitam uma relação entre seus interesses comuns, as duas autoras decidiram criar um ambiente único para as obras, imerso em luz e sombras para que o visitante da exposição envolva-se com a proposta de pensar seus próprios deslocamentos e ações sobre as coisas.
Tamara Andrade
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